sábado, 13 de setembro de 2014

Eleições 2014: Para quem confiar o voto?



É comum um candidato, em campanha eleitoral, chegar na casa de um eleitor e, depois de conversas indo e vindo, lançar a frase bastante conhecida:  Venho lhe pedir um voto de confiança. Essa frase trás um certo incomodo pela ação  implícita no “voto de confiança”. É justo entender que o substantivo confiança, segundo o dicionário, diz respeito a: ¹Segurança íntima de procedimento, ²Crédito, fé, ³Boa fama.
Pois bem, em pleno tempo de massiva corrupção, sabotagem, interesses próprios e conquista de dinheiro fácil no campo da política, como depositar fé, segurança, crédito  em alguém para que este faça valer o “voto de confiança” no Congresso Nacional? Essa questão preocupa a muitos e muitos são aqueles que acreditam que não há mais solução e com um simples “Confirma” na urna eletrônica as coisas não são capazes de mudar, além disso, outros tantos pensam que todos, repito, todos os políticos são iguais e não há opção para uma mudança concreta.
Confiar a alguém o voto exige algumas análises, a primeira é fazer uma pesquisa da vida publica e política do candidato verificando se este vem trabalhando e atuando de forma coerente com as necessidades do Brasil. Votar em pessoas que tem um histórico sujo é dar vez à corrupção e aos desvios de dinheiro público no país. Examinar se as propostas do político condizem com os valores que você defende também é essencial. Por exemplo, não se pode votar em políticos que não lutem pela vida, pela defesa do meio ambiente, pela busca por justiça e igualdade social, pelas conquistas dos mais pobres, pelo respeito a religiosidade do povo, por saúde e educação dignas se estes forem fatores que você deseja ver acontecendo em cada cidade.
A Igreja Católica, diante dessa situação, vem promovendo vários debates e discursos para construir uma política justa em nosso país. Um exemplo disso é a Lei da Ficha Limpa (Lei 135/210) um fruto da sociedade brasileira bastante incentivado pela Igreja. Muito além disso, Papa Francisco sempre nos alerta sobre a participação do cristão na política afirmando que ¹“para o cristão, é uma obrigação envolver-se na política. Nós, cristãos, não podemos (jogar a fazer o Pilatos) lavar as mãos. Não podemos! Devemos envolver-nos na política, pois a política é uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum. A CNBB sempre publica artigos, vídeos buscando orientar as pessoas na escolha do voto e pondera que ²“a decisão consciente de votar em candidatos que representem os valores cristãos é um passo importante, mas não é o único. É preciso que, como cristãos, continuemos a contribuir para que haja um diálogo que aponte às mudanças necessárias na consolidação de uma cidadania inclusiva, de modo a garantir que a sociedade possa participar e exercer democraticamente o poder político”.
Quanto à falta de confiança depositada por muitos eleitores é preciso entender que encontrando pessoas de bem que se engajem na política de forma direta (presidente, deputado, governador, prefeito, etc.) ou indireta (eleitor, cidadão comum) haverá esperança de novas atuações e modelos eficazes que realmente atinjam as expectativas do povo brasileiro.

Por: Meire Souza 
Pascom Uauá 


¹ PAPA FRANCISCO. Respostas do Santo Padre Francisco às perguntas dos representantes das escolas dos jesuítas na Itália e na Albânia. Vaticano, jun. 2013. Disponível em <http://www.vatican.va/holy_father/francesco/ speeches/2013/june/documents/papa-francesco_20130607_scuole-gesuiti_po.html>. Acesso 10.09.2014
² CNBB.  Pensando o Brasil: desafio diante das eleições 2014. Disponível em < http://www.cnbb.org.br/>. Acesso 13.09.2014



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